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Projeto Empreendedoras da Moda contou com quatro cursos, além de três ciclos de mentoria individual e aceleração digital para mulheres com pequenos negócios na área de moda e/ou moda casa 

O cenário do empreendedorismo de moda no Brasil tem se mostrado otimista nos últimos anos, mesmo com a pandemia ocasionada pelo COVID-19. Um levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal, mostrou que, só nos dois primeiros semestres de 2020 e 2021, quase meio milhão de brasileiros resolveram empreender na área da moda. E o número de pequenos negócios chama a atenção: quase 90% destes empreendimentos eram compostos por microempreendedores individuais (MEI). 

Este aumento expressivo também refletiu na economia brasileira. O estudo do IEMI – Inteligência de Mercado para a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostrou que o faturamento da cadeia têxtil e de confecção em 2022 foi de R$ 190 bilhões — quase R$ 30 bi a mais que o ano anterior. Dados como esse evidenciam a necessidade de desenvolver projetos voltados a esse público de empreendedores, compreendendo seus desafios e estimulando relações de trabalho mais justas e dignas, e foi pensando nisso que a Aliança Empreendedora, o Instituto Lojas Renner e o Sebrae se uniram para promover a iniciativa Empreendedoras da Moda – Aceleração Digital. 

O projeto foi criado com o intuito de impulsionar negócios liderados por mulheres que atuam com impacto social positivo e com produtos que trazem menor risco ao meio ambiente. Para isso, o programa funcionou em três etapas: cursos, mentoria individual e aceleração, tudo online e gratuito. Todas as fases foram direcionadas para empreendedoras de todo território brasileiro com negócios, formalizados ou não, na área da moda ou moda casa, como vestuário, acessórios, decoração, artesanato e costura criativa. 

O especialista em responsabilidade social do Instituto Lojas Renner, Edson Luis de Carvalho, destaca o papel transformador do projeto. “O Empreendedoras da Moda é bastante estratégico e importante para o Instituto Lojas Renner, pois acreditamos que o conhecimento técnico aliado a troca de aprendizados que ocorre entre as mulheres empreendedoras, proporciona um alto poder de transformação”, fala. 

Empreendedoras da Moda em números
Entre os meses de março de 2022 a agosto de 2023, foram 4.481 inscrições e 2.378 certificações, ultrapassando as metas inicialmente definidas, de 3 mil inscrições e 600 certificações. 

A taxa de finalização dos cursos online ficou em 53%, também acima da média. O NPS, que é a metodologia utilizada para avaliar a satisfação das empreendedoras com relação aos cursos, foi de 95,25 de 100. 

O impacto abrangente do projeto se reflete na sua influência em empreendedoras de todos os estados brasileiros, com destaque para o Ceará, que representa 50,3% das beneficiadas, seguido por São Paulo (34,5%) e Rio de Janeiro (3,4%). Dentre as empreendedoras inscritas nos cursos, 70% concluíram até ensino médio, 59% se identificam como negras (pretas e pardas) e 48% têm renda mensal de até R$ 3.135,00.

Como forma de complementar e enriquecer a jornada de capacitação, o projeto ofereceu três ciclos de mentoria individual, com mentores voluntários da Lojas Renner e da plataforma Guru de Negócios, e aceleração, com palestras sobre trabalho decente, sustentabilidade, vendas online, branding, planejamento de coleção e gestão financeira. Ao todo, foram 70 empreendedoras na etapa de mentoria e 60 na de aceleração. Os índices de satisfação foram de 100 e 95, respectivamente. 

A empreendedora Rosangela Aparecida, do Ateliê Zanza, que participou do projeto em todas as etapas destaca a importância de ter acessado conhecimentos específicos relacionados ao segmento do seu negócio “A aula sobre criação de coleção foi maravilhosa e me ajudou a ver o que preciso melhorar no meu projeto criativo. Às vezes, as dificuldades nos desanimam, mas aulas como essas abrem uma nova saída para o nosso empreendimento e uma luz que não estávamos vendo”. 

Autopercepção empreendedora fortalecida
O Empreendedoras da Moda contou com uma avaliação de impacto externa, realizada pela Rede Conhecimento Social (Recos), que revelou dados interessantes. Foram 108 respondentes, que participaram de, pelo menos, uma etapa do projeto. Confira os principais números desta amostra: 

A maior parte dos empreendimentos eram do segmento de vestuário, mas ainda foi possível observar grande diversidade de negócios na área da moda. A avaliação de impacto mostrou diferentes tempos e formatos de negócios: 47% eram negócios novos, com até 3 anos, e 52% com quatro anos ou mais de negócio, gerando distintas demandas e expectativas em relação ao projeto.

Com a avaliação de impacto foi possível perceber a diversidade de modelos de negócios. Das 108 respondentes, 72% têm o negócio formalizado, sendo que 7% destas decidiram se formalizar após passarem pelo projeto. Dentre as formalizadas, 87% optam pelo regime de microempreendedora individual (MEI), e 53% atuam de forma independente, sem ajuda de colaboradores. Das empreendedoras informais, 43% acreditam não terem capacidade financeira para se formalizar, enquanto 33% ainda consideram o negócio muito pequeno para tal. 

As escutas mostraram que o projeto contribuiu muito ou bastante para a expansão dos negócios de 70% delas. Quanto maior a participação das empreendedoras nas etapas do Empreendedoras da Moda, maior foi a contribuição. As que passaram pela mentoria individual, por exemplo, perceberam um maior impacto. 

A coordenadora do projeto na Aliança Empreendedora, Cris Chiara, reforça a importância da iniciativa para fortalecer os pequenos negócios de moda. “Quando oferecemos jornadas de capacitação como essas, com várias frentes e formatos variados, estamos capacitando as empreendedoras a expandirem seus horizontes e aperfeiçoarem suas habilidades de gestão. Isso não apenas impulsiona o crescimento de seus negócios, mas também contribui para o desenvolvimento e sustentabilidade econômica da família como um todo”, reforça. 

*Os quatro cursos online e gratuitos seguem disponíveis na plataforma do Tamo Junto. Para se inscrever e conhecer mais sobre o projeto, clique aqui. 

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