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Aliança Empreendedora apoia projetos aprovados no Social Good Brasil Lab voltados a cadeia da moda

By 10 de junho de 2014novembro 5th, 2014No Comments

Foto: Márcio Pimenta
A Aliança Empreendedora e o Social Good Brasil estabeleceram uma parceria para o SGB Lab no apoio a iniciativas que impactem na cadeia da moda. O SGB Lab é um laboratório que vai ajudar inovadores a viabilizar projetos que usam a tecnologia para melhorar o mundo. No edital de 2014, encerrado em 29 de maio, foram recebidas aproximadamente 300 inscrições e, entre estas, algumas iniciativas que podem fazer a diferença dentro da cadeia da moda.

O projeto “Uma Mensagem para a Liberdade”, desenvolvido pela Aliança Empreendedora, foi premiado no desafio Centennial Innovation Challenge, da Fundação Rockefeller. O objetivo do projeto é desenvolver uma solução tecnológica que contribua para a construção de relações econômicas mais justas na cadeia produtiva da moda na cidade de São Paulo. O impacto desejado pelo projeto é o surgimento de melhorias tanto nas relações comerciais entre as partes da cadeia como nas condições de trabalho, especialmente dos costureiros e costureiras da base.

Os inovadores que passaram para a segunda etapa do processo seletivo do edital, com propostas direcionadas a melhoria da cadeia da moda paulistana, podem se beneficiar de uma conversa online direta com a Aliança Empreendedora, na qual terão acesso às informações do diagnóstico realizado pela organização e, com isso, levantarem as possibilidades de atuação. Esta conversa deverá ser solicitada pelos inovadores até esta quarta-feira, dia 11 de junho.

Mas atenção, o apoio da Aliança não muda em nada as etapas do SGB Lab: Nesta terça-feira, dia 10, os participantes devem participar do webinário, onde irão conhecer o desafio que precisa ser cumprido até o dia 24 de junho. A conversa com a Aliança será apenas para fornecer mais subsídios para a iniciativa inscrita. Caso a iniciativa cumpra o desafio e continue sua participação no SGB Lab, a Aliança Empreendedora poderá, a seu critério, isentar até três inovadores do pagamento da inscrição, que é de R$ 500,00.

Para mais informações e agendar sua participação na conversa online, escreva para Tatiana Garcia no e-mail tatiana@aliancaempreendedora.org.br.

Um pouco sobre a cadeia produtiva da moda na cidade de São Paulo

Há poucas informações oficiais de mapeamento detalhado da cadeia. Ao longo do diagnóstico do projeto, percebe-se que a chamada “fast fashion” – ciclos rápidos de produção e venda de roupas e acessórios – teve um grande impacto de descentralização da produção. Hoje a maior parte das roupas produzidas na cidade são costuradas em pequenas oficinas, geralmente lideradas por migrantes latino-americanos (especialmente bolivianos, paraguaios e peruanos). Muitas destas oficinas têm no máximo 10 funcionários e produzem para diferentes intermediários e varejistas.

A maioria é liderada por ex-costureiros e costureiras, que juntaram recursos pelo seu árduo trabalho na costura para iniciar seu próprio negócio. Há grande pressão de redução de preço sobre as oficinas, que acabam tendo que se submeter a jornadas exaustivas de trabalho para manter sua operação.

Há evidências de oficinas diretamente envolvidas com tráfico de pessoas, mas apesar da grande repercussão na mídia de notícias de resgate de trabalhadores traficados e submetidos ao trabalho em condições análogas à escravidão, estas não parecem ser a maioria. Ao mesmo tempo, as condições de trabalho em grande parte das oficinas estão longe das ideais, assim como o pagamento pelo trabalho destas. Os canais de venda são muito diversificados, indo de pequenas lojas de bairro a grandes magazines e passando também por canais “paralelos” como a Feira da Madrugada, que reúne produtores e compradores que vêm de todo o país.

Este é um problema social de alta complexidade, envolvendo questões relacionadas a questões de migração, cadeia produtiva da moda, legislação trabalhista brasileira e outros desafios. A Aliança Empreendedora está disposta a compartilhar seu conhecimento da cadeia com quem estiver buscando desenvolver as soluções, assim como participar ativamente da criação e validação prática das ideias até o desenvolvimento final da solução, em dezembro de 2014.

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