A justiça social é um conceito que busca igualdade de oportunidades, distribuição justa de recursos e a garantia dos direitos fundamentais para todos.
E para que você entenda melhor esse conceito, por aqui vamos explorar seus princípios, sua importância e como ela se aplica no Brasil.
Também abordamos exemplos práticos, como funciona esse processo e maneiras de promovê-lo dentro de sua empresa para contribuir para um impacto positivo na sociedade.
Justiça social: o que é?
A justiça social é um conceito que busca reduzir desigualdades para assegurar direitos básicos e oportunidades iguais para todos, independentemente de sua origem ou condição.
Ou seja, o significado de justiça social está relacionado à construção de uma sociedade mais inclusiva, em que cada indivíduo tem acesso aos recursos e condições necessárias para seu pleno desenvolvimento.
Princípios da justiça social
Os princípios deste conceito foram definidos pelo filósofo e professor John Rawls e são: garantia das liberdades fundamentais para todos, igualdade equitativa de oportunidades e manutenção de desigualdades apenas quando favorecem os mais desfavorecidos.
Entenda melhor cada um desses princípios.
Garantia das liberdades fundamentais para todos
Rawls defende que todos os indivíduos devem ter suas liberdades básicas garantidas.
Isso significa que cada pessoa deve ter o direito a um conjunto de liberdades fundamentais que seja compatível com a liberdade dos demais.
Dessa forma, a sociedade deve estruturar um sistema que promova a liberdade individual, o que permite que essas liberdades coexistam de maneira harmoniosa e abrangente.
Igualdade equitativa de oportunidades
Para o filósofo, a igualdade de oportunidades deve ser promovida de forma a beneficiar a coletividade.
Então, sempre que uma desigualdade impactar negativamente aqueles em situação desvantajosa, é necessário agir para equilibrar as condições.
Assim, uma sociedade justa precisa assegurar que os indivíduos tenham acesso igualitário às oportunidades para assegurar avanços coletivos.
Manutenção de desigualdades apenas para favorecer os mais desfavorecidos
Rawls argumenta que as desigualdades sociais e econômicas só são aceitáveis quando:
- a) beneficiam a todos, especialmente os mais vulneráveis, respeitando o princípio da diferença; e
- b) estão ligadas a posições ou cargos acessíveis a todos, respeitando o princípio da igualdade de oportunidades.
Esses conceitos demonstram que tal conceito reconhece as desigualdades, mas apenas as tolera quando trazem benefícios para a sociedade como um todo.
Caso contrário, é necessário implementar ações que reduzam os impactos negativos causados pela desigualdade.
Qual a importância da justiça social?
Ela é importante porque promove uma sociedade mais equitativa e garante que todos tenham acesso a direitos básicos como educação, trabalho, saúde e oportunidades.
Deste modo, ela reduz desigualdades, fortalece a coesão social e assegura a dignidade e o bem-estar de todos, algo que contribui para o desenvolvimento sustentável e a convivência harmônica.
Como é a justiça social no Brasil?
No Brasil, este conceito enfrenta desafios significativos devido às intensas desigualdades econômicas, de gênero e raciais.
Isso porque o nosso país tem uma das maiores disparidades de renda no mundo, onde 1% da população detém quase 28% da riqueza nacional.
Em relação ao gênero, as mulheres, apesar de terem maior escolaridade, ainda ganham menos que os homens e enfrentam altos índices de violência.
Aqui, políticas como cotas de 30% para candidaturas femininas ajudam a combater essa disparidade.
Na questão racial, o histórico escravocrata deixou marcas profundas, com negros correspondendo à maioria dos analfabetos e pobres extremos.
Para essa situação, políticas como cotas raciais nas universidades buscam promover a equidade.
E apesar de avanços pontuais, o Brasil ainda enfrenta um longo caminho para alcançar uma justiça social plena, o que exige ações contínuas e integradas para superar essas desigualdades estruturais.
Mas afinal, como funciona a justiça social?
Ela funciona promovendo ações que combatem desigualdades econômicas, de gênero e raciais.
E para seu funcionamento ser efetivo, ela depende de políticas públicas e iniciativas que possibilitem a inclusão de grupos historicamente marginalizados, pois só assim asseguramos oportunidades para que todos tenham condições de desenvolver seu potencial.
No Brasil, um exemplo de justiça social são ações de apoio aos micro e pequenos empreendedores, que, em sua maioria, iniciam negócios por necessidade, o que , é o caso de 48,9% dos novos negócios do país em 2022, de acordo com o relatório do GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
Ou seja, em nosso país, muitos brasileiros decidem empreender como alternativa diante da falta de uma fonte de renda fixa.
Além disso, vivemos um cenário que evidencia desigualdades raciais.
Os dados do Sebrae, baseados na Pnad do terceiro trimestre de 2023, mostram que 52% dos proprietários de pequenos negócios no Brasil são negros, algo que reflete como o empreendedorismo, principalmente por necessidade, está ligado à superação de adversidades socioeconômicas.
Em situações como essas, a justiça social se concretiza por meio de programas que auxiliem esse grupo social, oferecendo suporte para iniciar e manter seus negócios, ter acesso a crédito, ter capacitações e outras bases que muitas vezes lhes faltaram — tudo para construir um futuro mais igualitário.
Como promover justiça social em minha empresa?
Se o objetivo deste conceito é reduzir os efeitos da desigualdade, promover ações que alcancem a raiz dos problemas sociais é fundamental. E é aí que empresas privadas podem agir.
Ao sabermos que a justiça entre os desiguais ocorre ao se proporcionar igualdade de oportunidades, empresas têm o poder de transformar realidades por meio de práticas que fomentam o desenvolvimento social.
Confira algumas iniciativas que sua organização pode implementar.
1. Programas de voluntariado corporativo
As empresas podem engajar seus colaboradores em projetos sociais por meio de ações de voluntariado corporativo.
Essa prática permite que os colaboradores compartilhem conhecimento e habilidades para gerar impacto positivo na sociedade.
2. Projetos de impacto social
Criar ou apoiar um projeto de impacto social, como um que estimule o crescimento de pequenos empreendedores, é uma forma efetiva de promover a mudança.
Esse tipo de ação fortalece a autonomia financeira, reduz desigualdades e promove o desenvolvimento sustentável por meio da capacitação de indivíduos, o que gera oportunidades e impulsiona economias locais, logo, cria mudanças positivas de longo prazo.
3. Investimento social
O investimento social, seja por meio de doações financeiras, patrocínios ou parcerias, promove mudanças significativas em grupos vulneráveis.
Isso porque esses recursos investidos aumentam as oportunidades e contribuem para a inclusão social, algo que promove uma transformação mais duradoura.
4. Inclusão produtiva
A inclusão produtiva integra pessoas em situação de vulnerabilidade ao mercado de trabalho, seja por meio de contratações formais ou incentivando o empreendedorismo.
Essa é uma maneira prática de combater a exclusão social e permitir que esses indivíduos desenvolvam suas habilidades, gerem renda e conquistem autonomia.
Justiça social: exemplos
Um exemplo de justiça social é o trabalho realizado pelo Assaí Atacadista em parceria com a Aliança Empreendedora. Juntos, promovemos a redução das desigualdades ao apoiar a inclusão de grupos vulneráveis no empreendedorismo.
Através dessa parceria, proporcionamos igualdade de oportunidades, pois permitimos que micro e pequenos empreendedores, muitas vezes em situações de vulnerabilidade, tenham acesso a recursos e capacitação essenciais para expandir seus negócios e conquistar independência financeira.
Una-se a Aliança Empreendedora
Ao unir-se com a Aliança Empreendedora, sua organização tem a chance de oferecer soluções para microempreendedores!
Por aqui, criamos cursos e capacitações gratuitas que desenvolvem competências e habilidades empreendedoras, além de facilitar o acesso a auxílios financeiros, mentorias e redes de apoio.
“A Aliança Empreendedora é nossa aliada na importante missão de revelar histórias de pequenos empreendedores que com muita dedicação transformam e desenvolvem economias locais.”
— Helen Faquinetti, ex-gerente de Comunicação Institucional e Sustentabilidade do Citi Brasil
Junte-se à Aliança Empreendedora e ajude a transformar a realidade dos pequenos negócios no Brasil.
Conclusão
A justiça social é essencial para a construção de uma sociedade mais equilibrada e inclusiva.
E como você viu por aqui, através de ações estratégicas, como a promoção de igualdade de oportunidades, sua empresa pode contribuir significativamente para a redução das desigualdades sociais.
Por exemplo, ao apoiar micro e pequenos empreendedores, investir em programas sociais e garantir a inclusão produtiva, podemos criar um ambiente mais justo e sustentável.
E para isso, você pode contar com iniciativas como as da Aliança Empreendedora, que mostram como parcerias focadas no empreendedorismo de base podem transformar vidas e comunidades!