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O projeto ‘Esse Verão é Meu’ idealizado pelo Instituto Heineken junto a Aliança Empreendedora oferece aos trabalhadores informais autonomia, educação financeira e reconhecimento do seu papel fundamental na economia local.

Eles se espalham por todos os setores da economia. Seja oferecendo alimentação, serviços ou bebidas, os trabalhadores ambulantes entregam conveniência para o consumidor e movimentam a economia brasileira, principalmente em datas comemorativas. Além de levar produtos e grandes empresas para o consumidor final, onde ela não chega. Segundo dados do Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 38,8 milhões de trabalhadores no Brasil são informais. Eles representam 38% da força de trabalho do país, contudo, a categoria ainda sofre com a falta de formalização e insegurança em relação à renda.

No vibrante coração do carnaval de Salvador, por exemplo, histórias de resiliência e transformação ecoam entre os ambulantes. A empreendedora Janete Dos Santos Pinto, 52 anos, já trabalha nas comemorações há mais de 20 anos e conta que viu no projeto “Esse Verão é Meu” promovido pelo Instituto Heineken uma oportunidade de mudar sua vida. “Um colega tinha feito e aí eu fui e gostei. Me interessei pelo conhecimento e quando cheguei lá gostei poque vi que era mais do que isso; era sobre ensinar a empreender”, compartilha, com entusiasmo, a trajetória que a levou a se tornar uma referência em sua comunidade.

Segundo a Vania Feigol Guil, Gerente Sustentabilidade do Instituto Heineken, o objetivo do “Esse verão é Meu” é “proporcionar condições mais dignas de trabalho, por meio da geração de renda, da educação financeira e do reconhecimento do ofício do empreendedor ambulante”. Para isso, em 2023, a empresa se juntou a Aliança Empreendedora e desenvolveu um programa de capacitação para oferecer mais segurança financeira aos parceiros de negócio.

Ambulante também é empreendedor

Tatiana Rogovschi Garcia da Aliança Empreendedora foi a líder do projeto Heineken Ambulantes e conta que despertar a percepção de  serem empreendedores é uma forma de “proporcionar geração de renda, viabilizando autonomia, emancipação e condições mais dignas de trabalho”, afirma , representando a Aliança Empreendedora. Tatiana explica que a Aliança auxiliou a empresa a alcançar esses objetivos e elaborando um projeto que impactasse genuinamente a vida dos trabalhadores, pensando “em como poderia se dar essa relação, uma vez que temos expertise em empreendedores de comunidades.” complementa, Tatiana.

O projeto tem 3 pilares que incentivam o ambulante por meio do acúmulo de pontos a se engajar com as capacitações. Em um primeiro momento os empreendedores precisam concluir atividades online, seguido da participação dos encontros presenciais. Em um segundo momento, eles são incentivados a realizar as compras dos produtos que vendem e, conforme seguem essas 2 jornadas, recebem prêmios baseados em suas pontuações. “É um jeito de estimular esse(a) ambulante a desenvolver suas habilidades e competências empreendedoras para ter melhores resultados, ao mesmo tempo em que trabalha!”, conclui, Tatiana.

Ainda que o modelo final de capacitação seja baseado em uma “uma jornada de conhecimento híbrida” a atuação presencial foi essencial para reforçar a importância de atuar na autoestima e reconhecimento desses trabalhadores. Tatiana explica que  “A ideia é colocar o ambulante no centro, como peça importante para a empresa parceira. Esse é o nosso foco. Nós estimulamos os ambulantes a desenvolverem suas habilidades, mas também estimulamos a empresa a desenvolver o olhar de cuidado e responsabilidade, reforçando que esses ambulantes são parte essencial da economia local.” A Aliança Empreendedora atuou também oferecendo mentora e ajuda de custo para ambulantes que se destacaram, apoiando em maior profundidade esses trabalhadores informais.

Para Janete, a rotina de trabalho após participar das capacitações se tornou mais equilibrada e segura. Agora, ela conta que sabe separar o lucro das despesas e mantém um fundo de caixa para imprevistos. “A gente trabalhou a vida toda com vendas e com dinheiro, mas muitas coisas a gente só ouviu falar nesse curso”, revela a empreendedora, que agora utiliza um sistema de planilhas para monitorar seus gastos. 

O impacto da iniciativa se reflete claramente nos números: 90% dos participantes afirmam que o projeto contribuiu para que se vissem como empreendedores, e 63% conseguiram formalizar seus negócios. “Trabalhamos formalização e fazemos essa medição de impacto, pois entendemos que traz condições mais dignas de trabalho, uma vez que passa a acessar benefícios do governo, tem mais oportunidades de vendas e, portanto, de gerar renda e mudando para uma situação de menor vulnerabilidade.”, enfatiza Tatiana. Antes do curso, nenhum ambulante estava na faixa de rendimento de 3 a 4 salários mínimos; após o aprendizado, 9% deles alcançaram essa meta. 

As mentoras e o impacto de uma comunidade engajada

Para além de todo conhecimento adquirido, Janete também comemora ter se tornado uma referência onde vive. Ela foi escolhida como embaixadora junto a comunidade graças a sua dedicação aos estudos que resultou em uma pontuação destaque. “Eu fiquei feliz não só porque eu ia ganhar os prêmios, eu fiquei feliz porque eu senti que fiz certinho os dever de casa”, comemora a empreendedora enquanto mostra seu novo isopor de trabalho, conquistado no curso.

Agora, atuando como mobilizadora, encoraja outros a participarem e a conquistarem suas próprias vitórias e expressa um desejo coletivo: “Queremos que volte o curso e o projeto porque teve muita gente que ficou de fora.” Para a Aliança Empreendedora, contar com o apoio das embaixadoras é essencial para o sucesso das capacitações. “Elas [mentoras] nos trazem informações de realidade, de melhoria, falam do projeto para outros ambulantes”, reforça, Tatiana.

Segundo a Vânia Feigol Guil, a Heineken entende que só a “construção de uma relação contínua, que fortaleça o dia a dia dos ambulantes” pode impactar genuinamente no trabalho deles. Por isso, já pensa em como aprimorar o projeto para 2024 conforme feedbacks recebidos das mentoras.  “Não queremos fazer somente ações sazonais voltadas para esse público” reforça, Vânia.

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