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Conheça a carreira do Head de Socioambiental, as iniciativas de empoderamento  econômico do banco e o impacto da parceria com a Aliança Empreendedora

Thiago Fernandes construiu uma carreira marcada pela busca de transformação social e,  desde 2015, ocupa o cargo de Head de Socioambiental para a América Latina no Bank of  America (BofA). Em mais de 20 anos de atuação, conheceu ações humanitárias em 40  países, liderou um projeto educacional da ONU e já foi empreendedor com uma consultoria  em ESG (conceito que representa as áreas de ambiental, social e governança). 

Reconhecido por seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico, o Bank of  America realiza iniciativas voltadas à educação financeira, ao empreendedorismo de  impacto e ao desenvolvimento sustentável. Por meio de parcerias estratégicas, como a  colaboração com a Aliança Empreendedora, o banco fortalece o ecossistema do  microempreendedorismo, promovendo autonomia financeira e geração de oportunidades. 

Nesta entrevista, Thiago compartilha os aprendizados de sua trajetória e destaca as ações  do Bank of America no país. Ele também aborda o impacto da parceria com a Aliança  Empreendedora por meio do programa Empreender 360, que contribui para transformar e  fortalecer o microempreendedorismo brasileiro. 

  1. Thiago, quando e por que o tema de ESG se tornou prioridade na sua carreira? E o  que mais motiva você nessa área? 

Eu trabalhava com estratégia de negócios internacionais e, em paralelo, realizava projetos  de alto impacto social. Sempre tive uma vocação natural pra entender as pessoas e a  sociedade. Em determinado momento, percebi que minha realização estava muito mais em  ver a transformação na vida de alguém do que em jogar o jogo já conhecido por mim, de  como ganhar dinheiro pelos negócios. Decidi então voltar a minha vida para servir os outros  e usar minha visão empreendedora para tentar solucionar seus problemas. Isso aconteceu  há uns 20 anos atrás e foi a decisão mais acertada da minha vida profissional. 

  1. Como foi a sua trajetória profissional até chegar ao cargo de head de ESG para a  América Latina no Bank of America? Quais os principais desafios e aprendizados ao  longo do caminho? 

Estou como Head de Socioambiental (antes ESG) para América Latina no BofA desde  2015, tendo liderado desde 2011 as iniciativas relacionadas para Brasil por meio de minha  consultoria estratégica de responsabilidade social corporativa que criei bem em linha com o  que hoje chamamos de ESG, num tempo em que o produto de responsabilidade social  corporativa ainda tinha baixa demanda e quase nada de profissionalismo. Nunca pensei em  trabalhar na indústria financeira, mas acabou acontecendo, mesmo não tendo iniciado neste  ramo. Antes de empreender com minha consultoria, e após ter me dedicado por sete anos  ao mundo dos negócios, tive experiências muito profundas com o ser humano. Representei  um projeto educacional da ONU, transformador para estudantes de escolas públicas de São  Paulo por meio do instituto que liderei e fundei com amigos durante quatro anos. Em  seguida, tive o privilégio de morar num abrigo para pessoas em situação de rua durante um  ano, e dentro da clausura com os religiosos franciscanos que haviam fundado esta e outras  120 casas em todo Brasil. Essas experiências me permitiram criar um olhar profundo e  preciso sobre o desenvolvimento humano, e as necessidades específicas para cada  momento. No meio tempo, realizei inúmeras viagens nacionais e internacionais pessoais de

cunho humanitário, para aprender com soluções já desenvolvidas para contextos variados,  e contribuir quando possível para alcançar novas soluções. Ao todo, são mais de 40 países  visitados, muitos dos quais incluem agendas humanitárias. 

  1. A identidade institucional do Bank of America passa fortalecer o desenvolvimento  socioeconômico e ajudar a tornar a vida financeira melhor. Quais iniciativas são  realizadas no Brasil com esse propósito? 

Atuamos em três principais pilares de investimento social: educação financeira,  empreendedorismo de impacto e desenvolvimento econômico sustentável. Esses pilares  compõem nosso objetivo de gerar empoderamento ou mobilidade econômica para a  América Latina. Quando iniciamos essa estratégia em 2015, tínhamos ao todo 78 mil  beneficiários diretos. Em 2023, superamos a marca de 3 milhões, sem que houvesse um  aumento expressivo de investimento descontado a inflação ao longo dos anos. 

Hoje, nosso carro chefe são os jogos de educação financeira implementados e  desenvolvidos pelo Instituto Brasil Solidário. Estamos em seis países, em todos os estados  brasileiros, em aproximadamente 650 cidades, atendendo mais de 1,5 milhão de estudantes  e o impressionante exército de mais de 90 mil professores. Atualmente, alcançamos mais 

de 5% da rede pública nacional e estamos conseguindo reformatar o entendimento sobre  compreensão financeira em nossa população, com impacto profundo auferido por  consultorias independentes e custo quase simbólico de R$ 2,00/aluno/mês. Nosso objetivo  é alcançar 12 milhões de alunos em simultâneo até 2030. 

  1. Que fatores motivaram o Bank of America a investir em uma parceria com a Aliança  Empreendedora, principalmente com foco no programa Empreender 360? Quais são  as sinergias entre as duas organizações? 

A Aliança Empreendedora é nosso principal parceiro no pilar de empreendedorismo de  impacto. O Empreender 360 surgiu de uma conversa que tive com Lina Useche (presidente  da Aliança Empreendedora), para entender como podíamos auxiliar a adicionar valor real  para transformação sistêmica do microempreendedorismo no Brasil. Lina apontou para o  fato de não haver uma instituição detentora do conhecimento aprofundado sobre esse setor  de base de pirâmide no nosso país, e que esse conhecimento era fundamental para agregar  o setor e desenvolver políticas públicas efetivas para dar o necessário auxílio aos nossos  heróis nacionais. Iniciamos em 2017 e os excelentes frutos são mais do que evidentes. A  Aliança é hoje uma referência setorial em todos os sentidos e está não apenas auxiliando,  mas liderando o processo para tornar o microempreendedorismo, antes esquecido, agora  numa fonte de oportunidades de desenvolvimento profissional, e também pessoal, que  permite o salutar e meritório empoderamento econômico de tantas pessoas lutadoras,  muitas vezes também inovadoras. É precisamente neste ponto que encontramos nossa  principal sinergia. 

  1. Na prática, como funciona essa parceria? Qual é o papel do banco e os objetivos  que essa colaboração busca atingir para apoiar microempreendedores? Na prática, oferecemos doações institucionais constantes e de longo prazo sem carimbo de  uso específico, com o intuito de permitir à Aliança Empreendedora criar conhecimento,  influenciar o poder público em suas três esferas, identificar e congregar os principais atores  deste setor, entender a jornada do microempreendedor e suas dores, identificar soluções  eficazes para os problemas encontrados, entre outros. A iniciativa se desenvolveu a tal  ponto, que se tornou algo vivo e que foi batizado de Empreender 360. Nessa parceria,  tentamos adicionar valor com nossa visão estratégica, sempre respeitando a profunda  experiência que a Aliança detém sobre o tema como um todo. Fazemo-nos úteis, próximos

e participativos, contribuindo para decisões assertivas, mas sem interferir nos processos da  Aliança. E incentivamos a entrada de mais parceiros, mesmo que sejam concorrentes – afinal, queremos resolver o problema. 

  1. Quais os resultados da atuação conjunta entre as duas instituições e os avanços  do Empreender 360? Que impactos e transformações você observa desde o início até  agora? 

Iniciamos com uma simples ideia e fomos vendo onde ela ia dar, sempre no intuito de criar  uma iniciativa estratégica de escala, mas sem a visão do que exatamente precisávamos  fazer. Sabíamos que precisávamos de conhecimento, então fizemos o mapa das instituições  de apoio ao microempreendedor no Brasil. Foram mais de 1.200 identificadas. Depois,  buscamos entender a jornada do microempreendedor e suas dores, e fizemos um estudo  qualitativo aprofundado com base em casos reais. Percebemos a necessidade de criação de um fórum de discussões para congregar o setor, e criou-se o Fórum Brasileiro de  Microempreendedorismo. E assim por diante. Esse processo levou alguns anos e foi  qualificando a Aliança, que naturalmente começou a se tornar a referência nacional nessa  temática e a ser convidada a participar na elaboração de políticas públicas, inclusive no  âmbito federal. No pós-pandemia, sua influência vem crescendo de maneira exponencial e  estou convicto que, em breve, beneficiaremos de maneira direta milhões de brasileiros. 

  1. Em 2024, a Aliança realizou o 6ª Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo, que  tem o Bank of America como um dos patrocinadores. Qual a importância do evento e  os destaques desta edição? 

Nosso Fórum tem crescido em importância a cada ano, atraindo inclusive a atenção  internacional de pessoas como o Nobel da Paz Muhammad Yunus, criador do modelo de  microcrédito e de negócios sociais. Desde que iniciamos sua realização em Brasília, temos  percebido um crescente engajamento do poder público. Mais do que apenas debater ideais,  temos utilizado a presença de inúmeros representantes setoriais na capital de nosso país  para nos valer de seu conhecimento e aplicá-los de maneira direta na elaboração de  políticas públicas a convite de alguns Ministérios. Isso torna o Fórum Brasileiro de  Microempreendedorismo único, uma vez que implementa de maneira prática e objetiva,  aquilo sobre o que fala e advoga. 

  1. Para onde você acredita que essa parceria pode evoluir nos próximos anos? Há  planos ou metas futuras que possa compartilhar? 

Com base no patamar que alcançamos, entendo que o Empreender 360 esteja em  condições de alçar voos mais altos e, no melhor dos sentidos, imprevisíveis. Precisaremos  manter o empenho, continuar focando na construção de diagnósticos precisos e técnicos  para termos clareza sobre as soluções mais eficazes para microempreendedores 

brasileiros. Isso precisa ser feito sem interferência de ideologias, o maior desafio é falta de objetividade científica que assola o mundo atualmente. Precisamos auxiliar, seja qual for o  governo que tenha a intenção de agir em favor dos microempreendedores. Isso dito, o BofA está comprometido em alcançar resultados definitivos e em grande escala  com a Aliança Empreendedora. Temos a intenção de manter essa parceria no longo prazo,  o que será possibilitado na medida em que resultados cada vez mais expressivos continuem sendo alcançados ano a ano. Convidamos outras empresas que querem,  verdadeiramente, mudar parte importante da realidade brasileira a participar com apoio  financeiro ao Empreender 360. Precisamos continuar a criar as condições para sermos um  dos países mais parceiros do microempreendedorismo até 2030.

 

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