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O objetivo foi adaptar e desenvolver uma metodologia direcionada a melhoria nas relações e condições de trabalho dentro das oficinas de costura, com um acompanhamento próximo e in loco com os empreendedores e os colaboradores das oficinas

A realidade da cadeia têxtil da cidade de São Paulo combinada a realidade dos imigrantes latino americanos trouxe para o Programa Tecendo Sonhos, e isso desde a sua criação em 2014, a necessidade de se adaptar, remodelar e estruturar a metodologia das capacitações voltadas aos participantes do projeto. Com esse histórico como contexto, o Programa realizou neste ano em parceria com a OIT – Organização Internacional do Trabalho por meio do projeto PROMOVENDO MELHORIAS DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E GESTÃO NAS OFICINAS DE COSTURA DE SÃO PAULO da Organização, a adaptação de uma das metodologias já existentes no Programa com o objetivo de aprofundar alguns temas específicos e ampliar a capacitação para oficinas de costura de maior porte e com mais colaboradores.

Além da adaptação da metodologia a parceria contemplou a realização de uma turma de capacitação formada por 33 empreendedores imigrantes, ministrada pelo CAMI – Centro de Apoio e Pastoral do Migrante, com o acompanhamento pós-capacitação do Instituto Alinha para todas as oficinas de costura que participarem da capacitação.

O que é metodologia?

Metodologia é a estruturação de conteúdos e encontros de capacitação em autoconhecimento e gestão que os empreendedores apoiados pelo Programa participam. Nesse caso ela foi adaptada a partir de um conteúdo já criado em parceria com as organizações aliadas do Tecendo Sonhos: PAL – Presença na América Latina, CAMI, e Coletivo ¡Si, Yo Puedo!. Com esse processo de adaptação foram incluídos conteúdos da própria OIT, derivados do programa “Comece e Desenvolva o Seu Negócio”. O principal diferencial nessa proposta é que o trabalho voltado às relações de trabalho, contratação de funcionários e produtividade ocorre próximo ao empreendedor e as oficinas de costura em uma relação mais direta com a organização parceira. Além disso, também foram ajustados os temas sobre contratação de funcionários por conta da nova legislação trabalhista que entrou em vigor recentemente.

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Para Paulo Sergio Muçouçah, Coordenador dos Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT, a parceria trouxe resultados muito positivos para as futuras mudanças significativas dentro das oficinas de costura. “O objetivo geral do projeto no qual essa capacitação está inserida é a melhoria das condições de trabalho nas oficinas de costura de imigrantes, que só será obtida na medida em que elas possam elevar a sua produtividade e, consequentemente, a sua rentabilidade. Ao demonstrar a íntima relação entre essas coisas e fornecer algumas ferramentas indispensáveis para melhorar as práticas de gestão das oficinas, o curso deve se constituir numa importante contribuição para os empreendedores”, fala Paulo.

Após esse processo de construção foi realizado o treinamento de repasse da metodologia que contou com 13 multiplicadores, entre equipe da Aliança Empreendedora, organizações aliadas e parceiros. Isso para garantir que todos os envolvidos no Tecendo Sonhos, conheçam e explorem esse conteúdo da melhor forma. “Um dos principais resultados deste treinamento foi que tivemos muitas pessoas de diferentes organizações sendo formadas, o que reflete em um potencial grande de replicação do conteúdo”, comemora Cristina Filizzola, coordenadora do Programa Tecendo Sonhos na Aliança Empreendedora.

Capacitação e apoio continuado

Um grande diferencial dessa parceria com a OIT é que a partir do terceiro encontro até o encerramento da capacitação, todas as oficinas têm direito a três visitas de acompanhamento in loco do CAMI, como explica Cristina. “Nessa ação a equipe da organização aliada vai até a oficina do empreendedor onde desenvolve um trabalho de acompanhamento da melhoria das relações de trabalho e gestão do negócio presencialmente, com o empreendedor e os colaboradores, todos juntos olhando para esses aspectos da oficina”, fala Cristina.

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Outra mudança é que nessa capacitação participam apenas oficinas que possuem no mínimo 5 funcionários , ou seja, com uma estrutura um pouco maior e que formalizadas já se enquadram na categoria do Simples Nacional. Até então, a maioria dos empreendedores que participam do Tecendo Sonhos possuem oficinas menores compostas em média por 2.6 colaboradores por oficina.

Por fim, com o intuito de manter uma relação de construção contínua com os empreendedores, todos os participantes terão direito a assessoria com o Instituto Alinha, que acontece pós-capacitação. O acompanhamento com a Alinha se dá por meio de visitas técnicas para melhoria da segurança e do ambiente de trabalho das oficinas, formalização, entre outros pontos, e que ao desenvolverem tais melhorias, passam a ficar visíveis no site do Intituto Alinha como oficinas de costura habilitadas dentro da legislação para atender confecções que procuram oficinas regularizadas.

Com o reforço no acompanhamento o que se espera são melhorias mais intensas nas relações de trabalho dentro das oficinas apoiadas, como detalha Cristina. “A expectativa com essa turma de capacitação é que os empreendedores recebam uma assessoria mais próxima, de desenvolvimento do empreendedor e do negócio, por conta dessas relações de suporte que estão contempladas durante o curso e pós-capacitação”.

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