Ao entrar na sede nacional da Aliança Empreendedora, sediada em Curitiba – PR, você se sente em um ambiente de campus universitário, jovens espalhados em mesas, reuniões acontecendo em paralelo e um entra e sai frenético de pessoas em salas com quadros de Gandhi, frases da ONU e a foto do grande incentivador do microcrédito no mundo, Muhammad Yunnus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006.
Para quem acha que se trata de um centro acadêmico ou algo parecido está redondamente enganado, a Aliança Empreendedora, uma organização social fundada em 2005 por apenas 7 jovens empreendedores com a missão de promover o apoio e a inclusão de microempreendedores de baixa renda no Brasil conta hoje com 3 escritórios no Brasil, uma equipe de mais de 60 funcionários e atende a grandes empresas como Gerdau, Natura, Santander, HP, Danone, Wal Mart, Sebrae, dentre outras.
Se formos buscar denominadores comuns para explicar um crescimento tão rápido e a atração dessas empresas, podemos dizer que foi a cultura de inovação, ousadia e mão na massa da organização, somada ao crescente interesse das empresas em entrar nos mercados de baixa renda e desenvolver modelos de negócios inclusivos, grande tendência da área de responsabilidade social.
Sendo uma das únicas organizações no Brasil a trabalhar com foco no empreendedorismo de baixa renda e no desenho e implantação de modelos de “negócios inclusivos”(negócios que são economicamente rentáveis e que geram impacto social positivo) para empresas, a Aliança Empreendedora já atendeu diretamente mais de 5.000 microempreendedores nos projetos e serviços que realiza, além de ter repassado sua metodologia de trabalho para outras 16 organizações sociais em outros estados, atuando em rede para ampliar sua capilaridade e potencial de transformação.
Como exemplos de como realiza sua missão de inclusão empreendedora através de negócios inclusivos, a Aliança está trabalhando em parceria com a Danone na formação de redes de microempreendedoras de baixa renda no Nordeste que atuam na venda e distribuição de kits de produtos. Já com a Natura, realizou uma pesquisa e agora desenvolve um piloto de apoio a micro cabeleireiras, manicures e pedicures que são vendedoras Natura no município de São Paulo. Já com a Gerdau, presta assessoria à empresa no desenvolvimento de um modelo de inclusão de catadores de materiais recicláveis na sua cadeia produtiva de fornecimento em 10 cidades brasileiras.
Além disso, a Aliança Empreendedora foi pioneira no Brasil a utilizar o potencial da internet para alavancar seus resultados de apoio a microempreendedores. Criou uma área de educação à distância onde microempreendedores podem fazer seus planos de negócios pela internet a baixo custo, além de ter criado o E-Solidário, 1º loja de e-commerce de produtos dos microempreendedores em parceria com a gigante varejista Wal Mart e a Solidarium, comercializando hoje mais de 400 produtos de microempreendedores apoiados. Mais recentemente a Aliança foi novamente pioneira ao ter sido a primeira organização brasileira a lançar um site de crowdfunding, conectando microempreendedores de baixa renda a investidores de todo o mundo pela internet com o Portal Impulso.
Para gerar e colocar em prática tanta inovação, a Aliança Empreendedora realiza seus encontros de planejamento de forma aberta a todos os colaboradores, estimula o a pesquisa e cruzamento de pessoas em áreas, além de ter uma troca de informações horizontal entre seus colaboradores. Além disso implantou no ano de 2010 um processo interno bem simples chamado IdéiAE / MelhorAE, onde todos os colaboradores da organização contribuem com novas idéias e/ou sugestões de melhorias de forma organizada sobre qualquer tema que queiram, não importando a área ou o “tamanho” da idéia ou melhoria proposta.
Com tanta energia, idéias e impacto, não duvide que um grupo de jovens empreendedores pode realmente mudar o mundo reduzindo a pobreza, começando pelo Brasil.
Texto de Rodrigo Brito, co-fundador e diretor executivo da Aliança Empreendedora.