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Projeto Acessa Campus, que abre inscrições anualmente, recebe empreendedores de todas as áreas para mentoria, workshops e aceleração de novos negócios

Sabe-se que micro e pequenos empreendedores enfrentam uma série de desafios todos os dias para manterem seus negócios. Muitas vezes, o que dificulta ainda mais o seu progresso é o pouco acesso a conhecimentos de gestão, a crédito, e a redes de contato e parcerias, por exemplo. Em contraponto a esse cenário existem iniciativas que atuam diretamente nesse setor oferecendo apoios que de algum modo contribuem para o sucesso e a sobrevivência dos microempreendimentos, assim como o processo de autoconhecimento dos empreendedores.

Na cidade de São Paulo, capital do estado, uma dessas iniciativas é o Acessa Campus, projeto encabeçado pelo Governo do Estado com o apoio da Fundação Telefônica e da Aliança Empreendedora. O Acessa Campus é o primeiro coworking público da cidade, e tem o intuito de dispor aos participantes um espaço de trabalho compartilhado, no qual possam desenvolver seus projetos de forma gratuita. Além disso, regularmente os empreendedores têm acesso a materiais voltados ao empreendedorismo, inovação, mentoria, aceleração de pequenos negócios, por meio de assessoria e acompanhamento com especialistas em gestão, marketing e jurídico.

É a partir destes apoios que inúmeras histórias inspiradoras de empreendedores vêm à tona, dando voz ao poder de transformação do empreendedorismo, nesse caso impulsionado pelo Acessa Campus. Neste artigo, você conhecerá cinco cases inspiradores de microempreendedores que foram apoiados pelo Acessa Campus.

Social English

A empreendedora Karin Colantonio, de 30 anos, sempre trabalhou em empresas. Ajudava no que podia sua mãe, nos serviços de casa. Foi em 2014 que Karin refletiu sobre seu futuro, e sobre como poderia contribuir com algo que gosta muito e que traria benefícios para outras pessoas. Com isso, a ideia de oferecer aulas de inglês a pessoas que não podem pagar por um curso tradicional, veio à sua mente.

“Comecei como professora voluntária de inglês em ONGs. Ano passado (2017) participei de um programa chamado Embaixadores Choice, que objetivou promover ideias de negócios de impacto social. Refleti que eu poderia fazer algo que eu conseguisse impactar e levar a um maior número de pessoas a possibilidade de aprenderem inglês, pagando um preço acessível e que tenha boa qualidade para garantir o aprendizado”.

Assim surgiu a Social English, fundada pelas irmãs Karin e Karolina Colantonio. Segundo elas, o desejo de compartilhar esse conhecimento para apoiar mais pessoas a terem boas oportunidades foi o norte para a criação do empreendimento. Karin conheceu o projeto Acessa Campus por meio de uma postagem nas redes sociais. “A proposta é interessante como um todo. A ideia de aceleração, de ter um apoio, é muito importante no início de novos empreendimentos”. Segundo a empreendedora, que sempre busca aproveitar todo o espaço para conhecer outras pessoas, é possível aprender com essa rede de contatos e se conectar, porque acredita que todo o impacto ali iniciado, aprimorado e acelerado é fundamental para a sociedade.

Hoje a Social English atende jovens de 16 a 25 anos, que sejam focados e disciplinados a aprender uma nova língua. Karin acredita que o inglês não precisa ser uma barreira para os brasileiros, mas sim, um impulso para o seu desenvolvimento.

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Abriguei

Encabeçado por Agnes Helena Franco dos Santos, de 17 anos, o projeto Abriguei é uma plataforma online que tem o objetivo de intermediar a relação entre pessoas que querem ceder um quarto ou uma casa para pessoas LGBTIs que foram expulsas de casa, em uma relação de locação.

“Estava no período de fazer o trabalho de conclusão de curso em minha escola, que por coincidência fica no mesmo espaço do Acessa Campus. A ideia do TCC era desenvolver um empreendimento e, como sempre tivemos esse contato próximo com o Acessa, acreditamos que ali poderíamos começar este processo de construção de ideia, e logo surgiu a ideia de desenvolver o Abriguei”, conta a empreendedora. Agnes diz que, ao escolheu essa ideia de negócio pois ao longo de sua vida foi influenciada por lugares que frequentou, pessoas que conheceu e trajetórias que acompanhou.

Agnes conheceu o Acessa Campus por meio de sua orientadora do TCC. A proximidade física ajudou muito – estudava na ETEC Parque da Juventude, que ficava no mesmo local do Acessa. Seu grupo foi um dos selecionados para a aceleração, a partir disso o projeto Abriguei conseguiu ser alicerçado a partir da capacitação do Acessa Campus. “Foi nesse momento que começou essa relação de estabelecer o projeto no Acessa que, por ora, tem sido algo muito enriquecedor, com experiências bacanas, muito desenvolvimento tanto pessoal, quanto profissional, em diversos aspectos”, comenta a jovem.

Segundo Agnes , “empreender é algo muito gratificante, porque você consegue ver cada etapa do seu projeto se desenvolvendo, cada pedacinho de esforço que você investe é algo engrandecedor, porque é fantástico você ver que o seu projeto pode mudar a vida de alguém. E é esse o real sentido de empreender: impactar vidas”. E é esse impacto que o Acessa Campus procura proporcionar. Por meio das oficinas de organização, finanças e conversas com profissionais e empreendedores já atuantes, os empreendedores apoiados pelo projeto conseguem ter a segurança de que estão no caminho certo, como explica a empreendedora. “Através da Aliança,  os especialistas vêm até nós, conversam conosco, e a gente consegue perceber que as trajetórias apesar de muito diversas, são muito semelhantes, e isso é muito incrível. O empreendedor é o cara que precisa de motivação, uma vez que o negócio não dá lucro da noite por dia, então para ele perceber diariamente cada passo, cada situação, cada problema, precisa ter muito gás, muito pique para poder corrigir todas as questões e dessa forma perceber que o negócio anda”, finaliza.

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Da Tribu

“Acreditamos em sonhos sonhados juntos, em uma economia que aposte na experiência na hora da compra e, sobretudo, no crescimento do modo slow living e da moda sustentável”. Essa é uma máxima que Tainah Fagundes e Kátia Fagundes, de 36 e 54 anos, respectivamente, carregam consigo no Da Tribu:empreendimento social paraense de acessórios de moda contemporâneos, como anéis, brincos e pulseiras. Estes produtos que remetem à biodiversidade da floresta são confeccionados por meio de fios, tecidos, papéis reciclados, látex e produtos reutilizáveis, matérias-primas do empreendimento.

Segundo Tainah, seu trabalho e metodologia vem da troca com terceiros, e também, da ligação da educação e da visão de mundo que sua mãe lhe proporcionou, com valores de comunhão, principalmente. Já são mais de dez anos com sua atuação voltada ao trabalho coletivo e à gestão criativa para o seu desenvolvimento humano, conectando seu trabalho com grupos artísticos, a partir da aliança de estratégias de marketing e da produção cultural aplicados a esses projetos

Procurando formas de aprimorar e crescer o seu negócio a nível nacional, Tainah conheceu o Acessa Campus por meio da Internet quando pesquisava programas de aceleração na cidade de São Paulo-SP. “O programa oportuniza a troca e o crescimento do negócio, mas especialmente do empreendedor. É fundamental estarmos preparados tecnicamente, bem como emocionalmente, para gerir um negócio”, conta a empreendedora. Segundo ela os processos do projeto alimentam e fortalecem as pessoas a partir da troca de vivências e experiências vividas pelos empreendedores, promovendo um processo de aprendizagem e empoderamento dos empreendedores para enfrentarem suas batalhas diárias.

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i4B Solutions

Fomentar a economia brasileira, ajudar a mudar o cenário de mortalidade das pequenas empresas, gerar empregos e auxiliar pessoas a conquistarem seus sonhos e objetivos. Estas foram umas das maiores motivações que levaram Rodrigo Isao Ishihara, 36 anos, um dos fundadores da i4B Solutions a desenvolver seu empreendimento.

A i4B Solutions é uma plataforma que por meio do Business Intelligence (ferramentas e sistemas desenvolvidos para apoiar a coleta, análise e monitoramento de dados com base em resultados anteriores) e do Data Visualization (ferramenta que permite a visualização dos dados por meio de gráficos e imagens) ajuda as micro e pequenas empresas a gerir seus negócios com mais assertividade. “Acredito que não há mais espaço para decisões intuitivas no mercado de hoje”, conta Rodrigo. O empreendedor, que na época de criação do negócio trabalhava em um banco, atendendo diversos gestores financeiros e convivendo em uma rotina bastante agitada ficou sabendo que um processo seletivo para startups de um programa do Governo de São Paulo. “Este projeto vinha de encontro com o nosso plano, que era de intensificar nossos trabalhos frente aos empreendedores e, para nossa felicidade, fomos selecionados”, explica o empreendedor.

Para ele todas as oficinas bem como o espaço do Acessa Campus, têm proporcionado experiências bastante significativas. Aprender metodologias como o Scrum, gestão financeira e marketing foram alguns dos conhecimentos que o co-fundador da organização elenca como válidos e inspiradores. “A intensidade e a qualidade das oficinas, a oportunidade de trocar experiências com as demais startups, e acima de tudo, o acompanhamento de perto da equipe da Aliança Empreendedora, foram as coisas que mais me chamaram atenção. Estou aproveitando cada momento!” revela Rodrigo.

Ainda segundo ele o apoio do Acessa Campus foi fundamental para o seu negócio. “Fazendo uma referência ao Mike Tyson: “Nenhum plano de luta sobrevive ao tomar o primeiro soco na cara”, encontramos um ambiente totalmente favorável para discutir, aprender, errar e corrigir. Acredito fielmente que o projeto pode e vai ajudar muito mais empreendedores iniciantes, assim como a Aliança tem nos ajudado” explica.

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Kitanda das Minas

A empreendedora Priscila Novaes é a idealizadora do Kitanda das Minas, um empreendimento de impacto social voltado à inclusão de mulheres negras e imigrantes africanas nos segmentos de culinária, cultura e lazer. O negócio tem como visão a valorização da gastronomia africana a partir do reconhecimento de mulheres negras ligadas à culinária levando a uma importante atuação política, econômica e social.

“Minha maior motivação foi a necessidade de recolocação no mercado de trabalho, mas logo depois percebi que a comercialização de alimentos é uma prática ancestral entre as mulheres negras, desde as negras de tabuleiro, as quitandeiras e as baianas do acarajé”, comenta. Priscila explica que “Kitanda” é uma homenagem às quitandeiras da Angola, uma das maiores referências de comércio organizado por mulheres, e que “Minas” é uma homenagem às mulheres da Nação Mina (localizada na Costa da África), uma referência do período escravocrata. “Essas mulheres ficaram conhecidas por se rebelarem e utilizarem o ofício de quitandeira como estratégia de articulação política”, detalha.

Priscila acredita que o apoio para um empreendedor iniciante é fundamental, porque caminhos já percorridos por outras pessoas em seus negócios são apresentados, desmistificando alguns medos dessa jornada. “No início temos aquela falsa ilusão de que o empreendedor tem que ser um gênio e saber de tudo e que a sorte estará sempre ao nosso lado. O apoio de outras pessoas é muito importante para mostrar que o sucesso do seu negócio vai acontecer de acordo com o planejamento que se tem”, revela Priscila.

Para a empreendedora o projeto Acessa Campus,chegou para somar forças. “Nele podemos marcar reuniões, receber parceiros e futuros clientes, pois dispomos de um espaço físico que contribui para essa organização. É muito importante você ter um local disponível para se encontrar com as pessoas, porque demonstra uma confiança e garante o fortalecimento de contatos e negócios fechados”, explica. Priscila finaliza explicando que ao aprender algo no Acessa Campus, não pensa duas vezes em colocar em prática. Conhecimentos sobre como estabelecer contatos para parcerias por meio de e-mails, reuniões e como se portar diante dessas situações são um dos pontos que a empreendedora aponta como positivo do projeto.

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