Evento de encerramento do projeto Reciclagem Inclusiva reuniu as organizações participantes em Curitiba para avaliar as ações e resultados, além de incentivar a troca entre a rede formada
Nos dias 17, 18 e 19 de junho aconteceu em Curitiba – Paraná, o Encontro de Avaliação do Projeto Reciclagem Inclusiva Gerdau / GIZ. O evento reuniu representantes das organizações de catadores e redes de comercialização apoiadas pelo projeto durante os anos de 2012 e 2013, juntamente com as equipes da Aliança Empreendedora, organizações aliadas e da Gerdau para avaliar as ações realizadas, proporcionar a troca de experiências entre os participantes e encaminhar o encerramento do projeto, previsto para o fim de julho.
Até abril de 2013, o projeto beneficiou diretamente 508 catadores através de 11 organizações – associações e cooperativas, para isso envolveu 4 organizações aliadas e a equipe da Aliança Empreendedora nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Desde o início do projeto, as cooperativas e associações alcançaram um total de 604 toneladas de sucata ferrosa vendida direta para a indústria e com isso, obteve 31% de aumento da renda média mensal dos catadores apoiados.
Um dos principais objetivos do projeto era que as organizações conseguissem vender a sucata ferrosa diretamente para a Gerdau, eliminando todos os atravessadores. Das 11 organizações, 10 delas já estão vendendo direto para a Gerdau, e 7 dessas 10 já utilizam a Nota Fiscal Eletrônica.
Um dos catadores beneficiados pelo projeto é João Souza Cruz. Ele tem 40 anos, 7 filhos e é presidente da Associação de Recicladores de Charqueadas (ARC), no Rio Grande do Sul. João afirma que o maior resultado do projeto para os associados da ARC foi o conhecimento. “Antes era só trabalhar, reciclar e deu (sic), agora nós temos o conhecimento das leis e conhecemos outras organizações no Brasil, além de ter aprofundado os conhecimentos sobre a própria reciclagem”, conta João. Segundo ele, além de a ARC já estar conseguindo emitir a Nota Fiscal Eletrônica e vender a sucata direto para a Gerdau, eles também começaram a vender diretamente para a indústria de papel.
O Projeto Reciclagem Inclusiva foi coordenado pela Aliança Empreendedora, realizado pela Aliança Empreendedora em parceria com as organizações aliadas: Associação Preparatória de Cidadãos de Amanhã (APRECIA) – Belo Horizonte (MG), Guardiões do Mar – Rio de Janeiro (RJ), Centro de Aprendizagem e Melhoramento Profissional (CAMP) – Porto Alegre (RS) e Associação do Voluntariado e da Solidariedade (AVESOL) – Porto Alegre (RS), e teve o patrocínio da Gerdau e da GIZ (Agência de Cooperação Alemã).
As atividades se encerram no dia 31 de julho de 2013 após um ano e meio de trabalho em prol da reciclagem inclusiva, por meio do incentivo à valorização e profissionalização dos catadores, à formalização dos negócios apoiados e à inserção dessas organizações de forma rentável e justa na cadeia produtiva do aço. Para Larissa Boing, coordenadora do Reciclagem Inclusiva na Aliança Empreendedora, o projeto “proporcionou aos catadores apoiados um novo olhar sobre a sua profissão e seu negócio. Mostrou-os a importância do trabalho que fazem para sua cidade e para toda a sociedade e trouxe a eles visão empresarial essencial para a sobrevivência das organizações de catadores mercado da reciclagem”.
No evento de encerramento estiveram presentes lideranças das organizações de catadores: Esperança Viva – Recife (PE), CooperRioOeste – Campo Grande (RJ), Recooper-Ita – Itaboraí (RJ), Moreira Cesar Recicla – Pindamonhangaba (SP), Rede CataVale (SP), Associação Reciclar (Araucária – PR), CooperRegião – Londrina (PR), Associação dos Catadores de Divinópolis – Divinópolis (MG), Rede Sol (MG), Cooperativa de Trabalho de Recicladores de Esteio – Esteio (RS), Rede CoopetSinos (RS), Associação dos Recicladores de Charqueadas – Charqueadas (RS) e Rede Noroeste Missões (RS). Além destas, foram apoiadas pelo projeto a Associação de Catadores de Barão dos Cocais – Barão dos Cocais (MG) e a Cooperativa Recicla Butantã – São Paulo (SP), a Cooperativa Pró-Recife – Recife (PE) e a Cooperativa Vira Lata – São Paulo (SP).