Você sabia que novembro é considerado como o mês do empreendedorismo? Isso por conta da Semana Global de Empreendedorismo comumente conhecida pela sigla SGE. O movimento surgiu em 2008, fundado pelo ex-primeiro ministro britânico Gordon Brown e a Fundação Kauffman, uma organização que preza pelo avanço do empreendedorismo e da melhoraria da educação de crianças e jovens.
Hoje se entende que o objetivo da SGE é incluir pessoas e comunidades que enfrentam dificuldades para ingressar ou permanecer no ecossistema empreendedor. Para isso a SGE se entende como um movimento de fortalecimento e disseminação da cultura empreendedora, em que capacita e conecta pessoas – sejam empreendedoras ou que querem empreender. Essa ação acontece através de atividades, como eventos, cursos, workshops, uma agenda mensal em todo o mundo. Inicialmente, o movimento surgiu em 18 países, incluindo o Brasil, e logo no primeiro ano, três milhões de pessoas haviam sido impactadas com mais de 25 mil eventos e atividades. Este ano a semana aconteceu entre os dias 18 e 22 com o tema é “Empreender é viver o futuro hoje”.
O Brasil é conhecido por ser um país empreendedor: cerca de 52 milhões de pessoas tem o seu próprio negócio, o que representa 38% da população de 18 a 64 anos (GEM, 2018). Além disso, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 27% do Produto Interno Bruto – PIB (Sebrae, 2019). Essa força reflete na Semana Global do Empreendedorismo também, que nos últimos três anos mobilizou no Brasil mais de 2,5 milhão de pessoas, com cerca de 10.000 atividades – o que faz da Semana brasileira a maior do mundo, com sete premiações internacionais.
Augusto Togni é gerente de Cultura Empreendedora do Sebrae Nacional, uma das organizações conselheiras do Comitê da SGE no Brasil, a Semana é uma oportunidade para quem quer conhecer sobre o mundo do empreendedorismo e também para entender sobre os empreendedores e seus negócios. “Nossa expectativa é conhecer a fundo quais são as competências e habilidades que os empreendedores precisam desenvolver para ter seus negócios competitivos, sustentáveis e produtivos em um mundo tão complexo num ponto de vista de geração de oportunidades”, explica.
Para Lina Useche Jaramillo, cofundadora e diretora executiva da Aliança Empreendedora, que também faz parte do conselho, a importância da SGE está na visibilidade que ela traz para o tema. “A Semana Global é importante por conseguir articular holofotes para o empreendedorismo, criando janelas de oportunidades para diversas organizações e gerando visibilidade para o tema, sendo um espaço de grande influência”, afirma Lina.
A Aliança Empreendedora, atua como conselheira no Comitê da SGE desde o início do movimento. Segundo Lina, o principal papel da organização é ajudar a definir as estratégias para cada ano e trazer o olhar da inclusão dentro do empreendedorismo. “Lembrar que a gente tem que falar da Dona Maria que mora no interior, não tem uma startup e representa cerca de 90% do empreendedorismo do Brasil. Advogar para que sempre que pense uma campanha, seja o mais inclusiva possível e não reforce estereótipos”, reforça a cofundadora.
No total são nove organizações que atuam como conselheiras. São realizadas reuniões periódicas do Comitê com um representante de cada, em que são discutidos aspectos relacionados ao tema, ações e estratégias que vão utilizar para aquele ano. A Anjos do Brasil, uma entidade de fomento ao investimento anjo apoiando o empreendedorismo de inovação, também está entre as conselheiras. Para Maria Rita Bueno, diretora executiva da Anjos do Brasil, a SGE é um momento de troca dentro do ecossistema empreendedor. “A Semana Global de Empreendedorismo tem uma enorme relevância para o ecossistema, pois é um movimento que conecta agentes muito diferentes, mas todos ligados ao empreendedorismo e nos vemos isso de forma muito positiva, pois nos permite entender de um ponto de vista mais amplo sobre tudo que acontece em termos de empreendedores e organizações que fomente isso no brasil”, afirma Maria Rita.
Três Eixos da Semana Global de 2019
Augusto explicou que o movimento deste ano foi baseado em três grandes pilares: o primeiro é relacionado ao ambiente de negócios: saber quais políticas e marcos legais devem ser implementados para criar melhores condições para que os micronegócios brasileiros sejam mais competitivos. O segundo pilar é a inovação, no sentido de reforçar o estímulo para o ecossistema de inovação no Brasil e com isso, trazer mais dinamismo nas pesquisas. E por último, a educação empreendedora, por conta do atual contexto da nova base curricular escolar, existe um espaço para a inclusão do empreendedorismo. A organização do evento deseja que as entidades tenham se engajado com esses três focos.
O intuito é de se continuar conectando milhares de pessoas, além de se receber novamente o reconhecimento da melhor campanha de mobilização da SGE no mundo. Para isso as metas da Semana Global deste ano são de alcançar dois mil municípios e ter mais de dez mil atividades fomentando o empreendedorismo.
Foto: Sebrae Nacional