Artigo da Lina Useche publicado pelo Jornal do Empreendedor
Um dos assuntos que mais geram insegurança para o microempreendedor brasileiro é a escolha da melhor forma de financiar seu negócio. Dois complicadores são a quantidade de opções e a falta de informação, que deixam essa tarefa ainda mais desafiadora.
O primeiro passo é conhecer os reais motivos pelos quais você vai buscar um empréstimo ou financiamento. Lembre-se de que empréstimo pode ser uma ótima opção para ajudar sua empresa a crescer, mas o recurso precisa ser investido com planejamento e em pontos que irão efetivamente gerar retorno financeiro, como equipamentos, matéria-prima, capital de giro, uma nova campanha de vendas etc.
Entretanto, dinheiro não é tudo. Às vezes, tudo de que você precisa para dar um salto no negócio é fazer uma promoção para vender o estoque que está parado, solicitar mais prazo aos fornecedores, firmar parcerias de vendas e melhorar a gestão financeira, entre outros.
Agora, se decidiu tomar um empréstimo, tenha a certeza de solicitar uma quantia justa e realista, que será produtiva e que gerará retorno para seu negócio. Comece fazendo uma boa pesquisa de preços para saber exatamente de quanto recurso precisará para seus investimentos.
Em seguida, calcule quanto tempo levará para recuperar o investimento e se coloque metas claras para se certificar de que terá condições de pagar as parcelas em dia. E não se esqueça também de checar se toda a sua documentação está em ordem (RG, CPF, comprovante de residência e nome limpo).
Para finalizar, fique bastante atento a quatro aspectos essenciais do empréstimo:
- Carência: cheque se o empréstimo tem carência necessária para que você tenha tempo de investir em um produto e obter retorno financeiro sobre ele. Verifique, também, se durante o período de carência correm juros.
- Prazo: descubra quais são as opções de prazo, e se elas se encaixam com o que você precisa. Nem sempre prazos longos são melhores, pois quanto mais tempo, mais juros. O prazo deve ser o suficiente para você obter o retorno sobre o investimento.
- Taxa de juros: quanto menor a taxa de juros, menor será o custo financeiro. As taxas podem variar de 1% a 4% ao mês. Pergunte quais outras taxas são cobradas, pois muitos bancos têm taxa de abertura de crédito que varia 1% a 3% sobre o empréstimo.
- Serviços/atendimento: verifique que tipo de serviços a instituição oferece a você. Cheque se ela faz acompanhamento, orientação, se os técnicos vão até você ou não.
Se cumprir com a organização e o planejamento necessários, você poderá tirar o melhor proveito do investimento, fazer sua empresa crescer, aumentar seus ganhos e fugir do endividamento desnecessário.
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Lina Maria Useche Jaramillo é graduada em administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e diretora executiva e cofundadora da Aliança Empreendedora (www.aliancaempreendedora.org.br)