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Uma máquina de costura na mão e uma ideia empreendedora na cabeça. Assim se desenvolve o Projeto Costurando o Futuro, que formou o segundo grupo paranaense no mês de junho.

A iniciativa, criada pela Fundação Volkswagen em 2009 no ABCD Paulista, desde o ano passado vem se desenvolvendo também no Paraná, por meio de acordo firmado entre a Volkswagen do Brasil e o Governo do Estado. A Aliança Empreendedora é a responsável pela realização do Projeto, com acompanhamento técnico da Fundação, contando ainda com a parceria da Academia Burda e da Badu Design.

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Dez municípios do sudoeste paranaense participaram desta segunda edição, localizados na região de Francisco Beltrão: Ampére, Boa Esperança do Iguaçu, Manfrinópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Pérola d’Oeste, Pranchita, Salgado Filho, Santa Izabel do Oeste e Santo Antônio do Sudoeste. A seleção dos participantes foi conduzida pela Secretaria Estadual da Família e Desenvolvimento Social (SEDS), com apoio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

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O objetivo do projeto é mobilizar, capacitar e apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade social a empreender na área de costura, conectando essas pessoas a uma rede de outros empreendedores e apoiadores. Além disso, as ações desenvolvidas estão voltadas à sustentabilidade, estimulando o reaproveitamento de tecidos automotivos e insumos doados pelo Grupo Volkswagen no Brasil e outros parceiros.
Intervenções como essa fazem com que materiais que seriam descartados, muitas vezes em aterros comuns, virem oportunidade de desenvolvimento e renda para as famílias.

No projeto, os participantes têm formações voltadas para o empreendedorismo aplicadas pela Aliança Empreendedora, nas quais são estimuladas competências empreendedoras para quem deseja iniciar um negócio; corte e costura – em parceria com a Academia Burda; e design artesanal – módulo oferecido pela Badu Design, voltado ao design artesanal com sustentabilidade ambiental por meio do upcycling, que transforma resíduos em produtos de qualidade. Ao concluírem todas as capacitações e apresentarem uma ideia de negócio, os participantes receberam uma máquina de costura e 1 ano de assinatura da Revista Burda, além de terem acesso a crédito subsidiado pela Agência Fomento Paraná, mentoria da Aliança Empreendedora e também de integrarem redes já estabelecidas pelo Costurando o Futuro no Estado. Dessa maneira, o projeto faz um ciclo abrangente que vai da qualificação técnica, passando pela qualificação do produto e sua inserção em processos produtivos sustentáveis até a implantação dos pequenos negócios.

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“Antes do Costurando o Futuro, eu nunca tinha pegado em uma máquina, e quando comecei a costurar, achei muito lindo aquilo. Eu via, ainda criança, a minha mãe trabalhando com moldes. E quando a Burda nos mandou o livro com moldes, liguei para ela no Rio e falei que ia fazer esse curso e aprender a costurar”, diz Valéria Martins Araújo Silva, que reside em Marmeleiro. “A primeira peça é estranha, pois eu não tinha ainda conexão com a máquina. Mas a última já ficou perfeita. Tivemos uma professora muito boa para nos ensinar. Agradeço não só a ela, mas também à professora de design. E por último, agradeço a capacitação em empreendedorismo, que me fez pensar no que realmente quero fazer. O meu sonho é trabalhar com decoração para casa e para festa, utilizando tecidos. Como temos dificuldade em conseguir dinheiro para fazer um investimento, penso em criar uma cooperativa na nossa cidade. Unir os sonhos.”

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Vinda de Curitiba para estar mais próxima da família, Rosane Freire participou do projeto em Ampére. Ela diz que seu sonho sempre foi costurar, e que se lembra de cortar tecidos com a mãe, quando criança, e fazer roupas de boneca. Casada desde os 20 anos, Rosane, que ficou muito tempo sem trabalhar fora, agora precisa melhorar sua renda. “Surgiu essa oportunidade, e eu vou ser grata pelo resto da minha vida. É uma chance que nem todas as pessoas conseguem, nem todo mundo tem condição de pagar um bom curso. E com isso eu quero montar o meu próprio negócio. Meu sonho é produzir pijamas infantis e adultos.”

Josiana Aparecida, de Santo Antônio do Sudoeste, sempre trabalhou com reciclagem juntamente com a mãe e participa de atividades do CRAS local regularmente. Ela se inscreveu para o Costurando o Futuro e diz que, embora já trabalhasse com artesanato, não esperava ser selecionada tão rapidamente. “Para mim fez muita diferença. Meu objetivo é abrir um ateliê de costura, reutilizando tecidos que sobram das fábricas da região. Sempre quis costurar, mas não tinha noção de como pegar uma peça, cortar, tirar medidas. Hoje eu já fiz roupas para as minhas filhas e até customização em um vestido. ”

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Para Atanazia Hellmann Pedron, Chefe do Escritório Regional da Secretaria Estadual da Família e Desenvolvimento Social de Francisco Beltrão, o projeto Costurando o Futuro vem ao encontro de um dos principais objetivos do Programa Família Paranaense, que é capacitar pessoas para terem mais qualidade de vida.

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“Quando unimos forças para desenvolver um projeto como o Costurando o Futuro, sentimos a importância de dar oportunidade para as mulheres conquistarem seus espaços e adquirirem confiança e autoestima. De dar ferramentas para elas fazerem o que quiserem, terem oportunidade de aumentar sua renda, tomar as próprias decisões e fazer suas escolhas. Tudo isso deixa as mulheres empoderadas, fazendo com que diminuam as injustiças e desigualdades. E termos a oportunidade de ser parceiros da Fundação Volkswagen e da Aliança Empreendedora somou esforços com toda uma rede que trabalha com o objetivo de tirar as pessoas de situações de risco e vulnerabilidade social”, diz Atanazia.

Confira o relatório completo de resultados do projeto: Relatorio_Costurando_o_Futuro Ano III

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