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Em tempos de crise, a busca por novas formas de estabilidade financeira é um dos principais objetivos que compõem o imaginário da população. Nesse sentido, aplicar as habilidades pessoais em empreendimentos próprios torna-se uma opção que faz com que cada vez mais olhos brilhem.

O Brasil é um país muito rico em áreas de atuação, indo de serviços a até comercialização, e, por isso, permite que os microempreendedores abram portas para si mesmos e suas famílias em busca de geração de renda realizações pessoais.

De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (2016), o nascimento de empreendimentos no Brasil acontece, principalmente, por duas motivações: por necessidade ou oportunidade. Os empreendedores por necessidade optam pela criação de novos negócios porque não possuem melhores alternativas de emprego e empreendem para complementar sua renda. Ou seja, não apresenta perspectivas de gerar lucro, mas, sim, para promover seu sustento e o de sua família. Por outro lado, o empreendedorismo por oportunidade tem como principal característica a possibilidade de identificar e reconhecer chances de negócio ou atuação no mercado, mesmo que o empreendedor possua alternativas de emprego e renda.

É possível dizer que existam, em ambas as motivações, casos de empreendedores que muitas vezes não têm conhecimento e habilidades suficientes para iniciar e/ou manter seus negócios funcionando depois de algum tempo. Para viabilizar a sobrevivência desse negócio e estimular o desenvolvimento desse empreendedor, existem hoje organizações dos mais variados  campos de atuação, constituídas/criadas exclusivamente para promover o apoio a microempreendimentos. Estas oferecem gratuitamente acessos a conhecimento, a redes de contato, a microcrédito, entre outros e, juntas, formam o chamado ecossistema de apoio ao microempreendedor brasileiro.

Os acessos oferecidos pelo ecossistema traz vários benefícios, seja para o próprio beneficiado, seja para a sociedade em geral. Quando apoiados, os microempreendedores são capazes de desenvolver seus negócios e, consequentemente, suas comunidades. Isso significa que o impacto gerado pelo apoio a microempreendedores vai muito além da porta do negócio. “Ele evita a exclusão social de localidades e populações que ainda sofrem preconceito, promove acessos a tecnologia e a serviços (público e privados) de difícil alcance e, ainda, saídas inovadoras para problemas como mobilidade e construção”, diz Lina Useche, diretora executiva da Aliança Empreendedora..

Apoio ao microempreendedor: trocas ricas e verdadeiras

A organização social Afrobusiness é uma rede na qual empreendedores, intraempreendedores e profissionais liberais negros unem seus esforços através do estreitamento de laços para fortalecerem seus negócios economicamente. “Queríamos ter uma rede maior com profissionais que nos assemelhavam fisicamente, negros e consequentemente passavam pelos mesmos desafios”, conta a presidente da organização, Fernanda Ribeiro. Segundo ela, após a criação da Afrobusiness ficou evidente que a necessidade que os empreendedores tinham poderiam ser resolvidas por meio de treinamentos e capacitações específicas. “É muito gratificante acompanhar o crescimento de cada uma dessas pessoas que estão mais próximas e o feedback de quem está mais longe. Hoje a tecnologia nos proporciona o contato com pessoas de outros estados num formato tão próximo, que é extremamente empolgante. Fico feliz com cada pequena evolução!”, continua.

Motivações individuais que pensam no coletivo

Os motivos para se apoiar os microempreendedores também surgem a partir do indivíduo, como é o caso de Jonathan Berezovksy, fundador da Migraflix. A organização social tem como objetivo apoiar imigrantes e refugiados socialmente vulneráveis na cidade de São Paulo-SP por meio de projetos voltados ao empreendedorismo. Segundo ele, a organização aposta nas riqueza das culturas trazidas pelos imigrantes e refugiados e acredita que estas podem contribuir com o desenvolvimento da cultura brasileira. “Apoiamos aqueles que vieram de diversos países e que se encontram em situações mais vulneráveis. Eles precisam ser empoderados econômica e socialmente”, comenta Jonathan, também imigrante da Argentina.

Apaixonado pelas culturas do mundo, Jonathan iniciou sua trajetória no apoio a imigrantes e refugiados após suas experiências em países como Israel e Sudão. “Ter a oportunidade de ajudá-los, para que possam começar seus negócios e serem autônomos a partir da culinário ou do artesanato típicos de seus países, é o que nos motiva e faz acreditar”, finaliza.

É bastante comum encontrar organizações que apoiam recortes de públicos específicos, como mulheres, jovens, negócios sociais, empreendedorismo em áreas rurais ou floresta, afrodescendentes, populações tradicionais ou indígenas, etc (estes públicos foram destacados na pesquisa “Mapa de Apoio ao Microempreendedor Brasileiro”, realizado pela Aliança Empreendedora e pelo Bank of America Merrill Lynch). Isso ocorre porque muitas vezes estes empreendedores encontram dificuldades próprias em seus negócios. Com o apoio do ecossistema, eles conseguem encontrar seus lugares no cenário microempreendedor.

Ecossistema fortalecido, impacto expandido

O ecossistema de apoio ao microempreendedor cresce a cada momento. Formado por instituições públicas, privadas, do terceiro setor e por microempreendedores, ele apresenta um único objetivo que é o de fortalecer a si próprio. Estas organizações já enxergaram a importância que o microempreendedorismo tem para ao desenvolvimento econômico e social do país, por isso soluções já estão sendo implantadas.

O cenário microempreendedor ainda se encontra nebuloso porque existem poucas iniciativas voltadas especialmente ao seu fomento e desenvolvimento, como aquelas voltadas a microcrédito, conhecimento em gestão, entre outras.. Assim como Seu Saulo, milhares de outros empreendedores de baixa renda enfrentam seus desafios diariamente, mas precisam de um empurrãozinho para isso.

O apoio ao pequeno negócio é essencial, seja o empreendedor iniciante ou já atuante. Muitas vezes estes apoios são pequenas coisas, como acesso a conhecimento – capacitações em gestão de tempo, pessoas e finanças, networking e ferramentas de gestão, mas que podem causar um grande impacto na vida dos microempreendimentos.

O Mapa do Apoio ao Microempreendedor Brasileiro, iniciativa do Bank of America Merrill Lynch e da Aliança Empreendedora, nasceu com o intuito de conectar e reconhecer organizações apoiadoras de microempreendimentos, bem como conhecer boas práticas que podem ser implantadas em todo o país. Desse modo é possível traçar soluções e estratégias de apoio a pequenos negócios que os auxiliam em seu cotidiano e oferecem acessos que ajudarão a superar barreiras e desafios e também identificar oportunidades de negócio. Para saber mais sobre o Mapa acesse www.mapeamento.org.br.

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