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Matéria do Diário do Nordeste sobre 2º colocado no 1º Prêmio Aliança de Empreendedorismo Comunitário: Prêmio nacional para artesão

By 21 de maio de 2011novembro 5th, 2014No Comments

Francisco Gilmar na sede da Associação dos Pequenos Produtores e Artesãos de Carqueijo, em Mucambo. Foto: Wilson Gomes

Para fortalecer o empreendedorismo comunitário, premiação da Aliança chega para o artesanato cearense.

Mucambo Depois de conquistar, por dois anos consecutivos, o prêmio Top 100 do Artesanato no Sebrae/Nacional, 2006 e 2008, o artesão Francisco Gilmar Martins, morador do Distrito de Carqueijo, neste Município, dá um salto maior e conquista o segundo lugar no Prêmio Aliança de Empreendedorismo Comunitário de Curitiba (PR).

Ele foi o único do Ceará e o segundo do Nordeste, entre mais de 200 inscritos de vários estados brasileiros.

Francisco Gilmar, que também é presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Artesões de Carqueijo, viaja neste fim de semana para participar da solenidade de entrega de premiação que acontece na terça-feira, naquela cidade. “No primeiro momento não acreditei, achei que fosse um trote. Daí quando acessei a internet e vi meu nome lá, acreditei”, disse Francisco Gilmar.

Benefício comunitário

O prêmio a que fez jus tem por objetivo fortalecer o empreendedorismo comunitário, identificando lideranças com destaque nacional para que suas experiências sirvam de exemplo a outras pessoas em todo País. Desta forma, estará sensibilizando a sociedade para este tema.

A premiação de valor financeiro será revertida em benefício para a própria associação. “Isto faz parte da regra do concurso. Terei que justificar como o dinheiro está sendo aplicado”, explica Francisco Gilmar, que desde criança despertou o interesse pela tecelagem.

“Quando criança, eu via minha família trabalhando com tecelagem. E o meu sonho era um dia ter o meu próprio negócio para gerar emprego para a comunidade em que moro”, conta, emocionado, o artesão.

Francisco Gilmar lembra que, com 17 anos de idade, começou a trabalhar numa fábrica de tecelagem como enchedor de espumas. Ganhava apenas R$ 70,00 por mês. “Pensei um dia ir embora para São Paulo, mas como já estava casado, minha esposa não deixou eu ir. Foi então que tive a ideia de aproveitar todo o conteúdo que aprendi nos cursos do Sebrae e acabei vencendo na vida”, disse.

As primeiras peças artesanais foram feitas com fibras naturais, palhas de bananeiras e tariscas de coqueiros. O trabalho foi levado pelo pai para Fortaleza. “Uma semana depois recebi um telefonema com uma encomenda de 300 peças”, relembra o artesão.

No Centro de Artesanato de Carqueijo, que leva o nome de Ana Sancho Martins, em homenagem ao trabalho que ela desenvolveu com o tear manual, o visitante pode encontrar de tudo que é feito pela associação. Entre as peças mais apreciadas estão os jogos americanos que já viraram produtos de exportação. “Hoje são mais de 30 pessoas que trabalham na fabricação desses produtos. Nossa produção é vendida para mais de 15 cidades do Ceará, para outros Estados do Brasil e até para fora do País, como é caso da cidade de Cabo Verde na África, que compra nosso artesanato”.

Para o gestor do artesanato do Sebrae, Tomaz Machado do Carmo, a habilidade empreendedora e vontade de sempre inovar, contribui para o desenvolvimento da comunidade dos artesãos de Carqueijo. “A sua vontade desde cedo de vencer e seu modelo de trabalho digno, empreendedor, estão sendo importantes para a conquista desse e de outros prêmios”, disse Tomaz Machado, que deverá viajar junto com artesão para acompanhar a festa da premiação nacional.

Além do título e da contribuição neste contexto, Francisco Gilmar receberá um valor financeiro de R$ 2 mil e terá a divulgação de sua história em outras mídias nacionais.

Os teares manuais são tradição no Carqueijo, Distrito de Mucambo, onde a maioria dos moradores vive da agricultura ou da tecelagem. Além dessas peças, a localidade se destaca na produção de mantas, colchas, tapetes, caminhos de mesa, jogos americanos e luminárias. Um dos diferenciais do trabalho local é o uso das fibras naturais mescladas às linhas em determinados modelos.

Grandes encomendas

Embora a maior parte da mão-de-obra seja absorvida pelas mulheres, é Francisco Gilmar Martins quem preside a Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Artesãos de Carqueijo. A entidade tem 35 sócios, mas, quando recebe grandes encomendas, muitas tecelãs da comunidade contribuem. A Associação já conquistou dois prêmios Top 100 do Sebrae, para as 100 unidades produtivas mais competitivas do Brasil no artesanato. Vende, por exemplo, para a Ceart e vários Estados do Brasil, além de participar de rodadas (nacionais e internacionais) de negócios do Sebrae.

Wilson Gomes
Colaborador

MAIS INFORMAÇÕES
Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Artesãos de Carqueijo
, Rua São Joaquim, S/N
Mucambo. Telefone: (88) 3654.5305

Fonte: Diário do Nordeste

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